Caso ‘Soldado Wesley’

Profissionais da Psiquiatria e Psicologia afirmam que poucas profissões são tão suscetíveis a surtos psicóticos como a dos agentes de segurança pública. Um monstro invisível que vai crescendo aos poucos e, se não for detectado logo, pode protagonizar uma verdadeira tragédia.

Ao que tudo indica, foi o que aconteceu com o soldado Wesley Soares, 38 anos, da Polícia Militar da Bahia, na tarde do domingo dia 28 de março de 2021. Sem motivos aparentes, o policial se armou com um fuzil e uma pistola, foi até o Farol da Barra (ponto turístico de Salvador) e começou a efetuar disparos para o alto.

Entre um tiro e outro, dava gritos ao lamentar o fato de ter que “prender trabalhadores” neste período de pandemia. Visivelmente transtornado, o soldado logo se transformou no ‘foco’ de moradores ou transeuntes da área, registrando todo o episódio com seus telefones celulares.

Algumas equipes policiais chegaram ao local e isolaram o trecho. Minutos depois, chegou a equipe de negociadores com policiais do Bope. De acordo com a versão oficial da Polícia Militar, foram quase quatro horas de tentativa de diálogo com Wesley, mas sem sucesso.

Por volta das 18h30, o militar teria apresentado um comportamento mais agressivo contra os colegas de farda, a ponto de efetuar disparos em direção aos policiais do Bope, que reagiram e acertaram o soldado em surto. Ele foi a óbito no hospital.

A Polêmica

As imagens de Wesley sendo neutralizado, transmitidas ‘ao vivo’ pelas redes sociais, causaram uma revolta em boa parcela dos policiais militares. Na avaliação deles, os colegas poderiam ter evitado o desfecho trágico.

Por outro lado, os policiais do Bope – chamados de “covardes e assassinos” por causa do revide letal – correram sérios riscos de morte, quando Wesley efetuou disparos de fuzil em direção a eles. Um dos ângulos captados por uma emissora de TV filmou a cena e mostra claramente o momento de perigo enfrentado pela equipe de negociação.

A repercussão

Os vídeos correram o mundo. Não é exagero dizer que cada unidade policial deste país ‘parou’ para comentar o caso. Afinal, uma ocorrência como esta – ou até mais grave – pode acontecer com qualquer agente de segurança pública. Ninguém está a salvo.

Cotidiano Policial

Não foi à toa que nós escolhemos este nome para o site. O cotidiano de um policial é algo repleto de situações conflitantes. Um misto de alegria/satisfação por poder ajudar alguém a cada ocorrência exitosa, com momentos de decepções e alto estresse que, se não forem cuidadosamente controlados, poderão desenhar uma grande tragédia na tarde de um domingo qualquer.  

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