Não se engane: os governadores conhecem muito bem o cenário da segurança pública em seus estados. Instituições as mais diversas (governamentais ou não) monitoram os números da violência em cada palmo deste país, e esses dados se revertem em documentos/relatórios, que se transformam em estudos acadêmicos, que alimentam pautas jornalísticas, que, finalmente, retornam ao conhecimento do governador com ou sem distorções. Acreditemos ou não, desde o início desse ciclo, a maior autoridade estadual já dispunha em sua mesa o quadro real da segurança/violência no território onde governa.
Na Paraíba, uma série de fatores faz o governador João Azevêdo nutrir uma admiração diferente pela Polícia Civil. É claro que o combate à violência é feito pela soma de esforços de várias forças policiais – polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária Federal, Penal, Guardas Municipais – e até mesmo o Ministério Público e o Poder Judiciário têm peso relevante na luta contra o crime. Todos, cada um na sua área de atuação, são peças importantes nessa grande engrenagem.
Mas não se pode negar que é exatamente nesse aspecto ‘individual’ que a Polícia Civil vem ganhando destaque entre as ferramentas que fazem essa imensa máquina girar. E, como dito no início, o governador sabe muito bem disso.
01 – A pauta mundial
Queiramos ou não, os crimes intencionais que resultam em morte (homicídio, latrocínio, lesão corporal seguida de morte) são a referência no mundo para mensurar os níveis de violência em uma cidade, estado, país ou região. Controlá-los, portanto, é a missão dada a qualquer gestor estadual. De acordo com especialistas no assunto, o papel da Polícia Civil (cabe a ela elucidar esses crimes) é fundamental para esse controle. E a PC da Paraíba é a que apresenta o maior índice de elucidação no Nordeste, segundo relatórios do Instituto Sou da Paz, de São Paulo. O governador sabe disso.

02 – A ‘sangria’ além-Paraíba
Sabe por que o dia 19 de março de 2024 é uma data para ficar na história da crônica policial do Brasil? Porque foi exatamente nesse marco do calendário que a Polícia Civil da Paraíba foi até o Rio de Janeiro recapturar, com as próprias mãos, Eduardo dos Santos Pereira – o mentor do estupro coletivo que ficou nacionalmente conhecido como “A barbárie de Queimadas”. A selvageria desse crime rendeu centenas de publicações negativas ao estado da Paraíba, principalmente depois que Eduardo – condenado a 108 anos de prisão – conseguiu fugir da penitenciária PB-1, em João Pessoa, no ano de 2020.
Após a fuga, enquanto a Paraíba sofria ‘bombardeios’ da mídia, a PCPB manteve o foco na recaptura. Passou anos investigando, monitorando, checando informações e enviando equipes de investigadores para o Rio. Até que, no dia 19 de março de 2024, policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO/PCPB), com o apoio da Polícia Civil carioca, puseram as mãos em Eduardo e estancaram a sangria de matérias, notícias, reportagens, artigos e documentários negativos à imagem da Paraíba. O governador, claro, sabe disso.

03 – INVESTIGAÇÃO é a saída
No dia 20 de fevereiro de 2025, o Instituto Sou da Paz publicou mais um artigo sobre os rumos que o Brasil deve tomar se quiser combater o crime organizado de forma eficaz. “Pesquisas apontam o aprimoramento de técnicas investigativas e a qualificação do trabalho policial como chaves para o avanço da segurança”, diz parte do texto, dando a senha para o bom leitor identificar a essência do conteúdo completo.
Desde 2019, quando a Polícia Civil da Paraíba conseguiu se enquadrar em uma desconcentração administrativa – popularmente chamada de ‘Autonomia’ –, a instituição vem produzindo como nunca. São operações de repressão qualificada quase todos os dias; prisões/recapturas dentro e fora da Paraíba (o caso ‘Eduardo’ é apenas um exemplo); alta resolutividade de homicídios, roubos, estupros e outros crimes. As estatísticas internas comprovam isso; o Judiciário é testemunha; a imprensa reverbera; o povo sente.
E, óbvio, o governador sabe disso, a ponto de – filosoficamente falando -, lançar um sutil olhar de satisfação com uma polícia que produz dia após dia.
Foto de capa:
- Governador João Azevêdo (ao centro, de camisa branca);
- Secretário Jean Nunes (de branco, ao lado do governador), responsável direto pela ‘Autonomia’ da PCPB;
- Delegado-Geral André Rabelo (de jaqueta preta), que comanda a instituição policial que mais se destaca na Paraíba.