A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, é quem gerencia os recursos obtidos pelo governo federal com a venda de bens provenientes de crimes de corrução e lavagem de dinheiro. E uma parte considerável dessas verbas está sendo repassada ao sistema penitenciário brasileiro, para investimentos diversos.
De acordo com os levantamentos do Ministério, até novembro deste ano, o Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) já recebeu R$ 171 milhões dos recursos arrecadados pela Senad. Esse volume é 176% superior ao do ano de 2020, que foi de R$ 62 milhões.
Somando-se com outras verbas, já foram direcionados R$ 218 milhões para obras prisionais no Brasil, com o objetivo de diminuir o déficit de vagas nos presídios. Segundo o governo federal, existem R$ 2 bilhões injetados nos estados para a ampliação de espaços nas penitenciárias.
Do crime para as polícias
O volume de dinheiro ‘tomado’ das organizações criminosas é cada vez maior no Brasil. Segundo o Ministério da Justiça, até o ano de 2018 a média de leilões (venda dos bens apreendidos) era de seis por ano. Em 2019, esse número cresceu para 11 eventos, com arrecadação de R$ 4 milhões.
Em 2020, a quantidade de leilões realizados subiu para 122, arrecadando R$ 39,9 milhões. Até novembro de 2021, o governo federal já realizou 229 leilões, com arrecadação de R$ 184 milhões.