O crescente número de policiais e membros das Forças Armadas que vêm conseguindo conquistar uma cadeira na Câmara Federal tem despertado preocupação em alguns segmentos da sociedade. Um deles é o Instituto Sou da Paz, do Rio de Janeiro, que classifica esse cenário como “uma ameaça à democracia”.
O fenômeno tem sido chamado de ‘Policialismo’ e, de acordo com o instituto, começou a ganhar força a partir de 2010. Naquele ano, apenas quatro policiais foram eleitos deputados federais no país. Nas eleições de 2014, esse número cresceu para 19, chegando a 42 no pleito de 2018.
O Sou da Paz afirma que é a favor do direito de representatividade política de todas as categorias profissionais, mas defende uma “revisão na legislação” para o caso específico das polícias.
“Como garantir imparcialidade e respeito ao devido processo legal quando servidores públicos com competência para investigar e atribuir crimes estão politizados a ponto de dividirem certos cidadãos e cidadãs entre apoiadores ou adversários políticos?”, questiona o instituto.
A preocupação expressa pela entidade se estende também a eventuais juízes de Direito de promotores de Justiça que eventualmente decidam seguir carreira política.
