A carreira policial reserva situações impensáveis. Quem imaginaria, por exemplo, que um homem seria capaz de tentar matar a ex-companheira dentro de uma delegacia de polícia? Quem teria tamanha audácia?
A agente de investigação Patrícia Dutra (foto) é a grande testemunha – e heroína – desta história. Ela estava em seu expediente de trabalho, na Delegacia de Atendimento à Mulher da cidade de Bayeux (PB), quando ouviu uma gritaria na sala ao lado.
Patrícia correu até o local e se deparou com um homem totalmente enfurecido, desferindo golpes de faca em uma mulher. Era a ‘vingança’ por ela tê-lo denunciado à polícia. Ambos estavam ali para prestar depoimento sobre a violência doméstica, e ele sequer esperou sair do prédio para iniciar suas retaliações.
Agora imagine você no lugar dessa policial. Tentaria acalmar os ânimos do agressor no diálogo? Tentaria segurá-lo? Tomar-lhe a faca? Chamaria apoio de colegas para separar aquela tragédia iminente?
É provável que Patrícia tenha pensado em tudo isso, mas as circunstâncias não permitiam o privilégio da espera. A agente sacou sua pistola, mirou as pernas do agressor e efetuou dois disparos. Ele não foi atingido, mas tomou o susto necessário de soltar a faca e se entregar.
O homem foi algemado, preso em flagrante e indicado por tentativa de feminicídio, em plena sala de espera da Delegacia de Atendimento à Mulher. Um detalhe importante desta história é que a vítima das facadas estava grávida.
“A mulher já estava bastante ferida e sangrando muito. Outros policiais chegaram, e conduzimos a vítima para o hospital. Foi uma correria grande, mas ela sobreviveu. Eram duas vidas correndo risco. Eu não pensei nos riscos que eu poderia correr. Só pensava em salvar a vida daqueles dois inocentes e resolvi agir. Isso é o tipo da coisa que dá muito orgulho de ser policial civil”, declarou Patrícia.
Esse fato marcante na vida da policial aconteceu no dia 08 de maio de 2018.